Por que publicar o que não presta? Porque o que presta também não presta. "Clarice Lispector"

terça-feira, 24 de julho de 2007

das palavras

beber as palavras
comer as palavras
mastigá-las
ruminá-las
sentí-las coçando na garganta,
E por fim e único remédio
poetizá-las sem espanto!

Ilusões perdidas

restos de comida
e de ilusões,
sonhos inteiros
e músicas arranhadas,

o cheiro rosa saindo da alma
e o mundo de pernas abertas.

Admirável mundo novo


no chat:
- O que você tem para mim?
- Beijos ardentes, idéias soltas na mente e uma xícara de café quente!

domingo, 29 de abril de 2007

Urbano-românticos


Nem a cidade dura
a paisagem bruta
os mendigos ou os excrementos que povoam as calçadas
infinitas e eternamente embrumadas
de forte e vil cheiro de mijo, de nojo
Nada disso afasta a débil esperança
dos corações urbano-românticos.

Esses, céleres, perambulam
voam desesperados, desasados
passarinhos perdidos que habitam fendas do concreto
e nunca dão ninho seguro ao coração
Por quantas noites e por quantas camas vãs
precisam ainda passar estas almas irmãs?
na procura cega de um amor Homérico
que se furta aos trêmulos lábios do hoje
e nos espera fiando aquela velha roca do amanhã.